
Interpretado a montante de craftsmanship, o termo craft pode, se usarmos artesania como correspondente do primeiro, descrever a natureza desse trabalho como ofício. A jusante, ele traduz o resultado desse trabalho, comumente designado por artesanato na sua interpretação mais redutora. Como craft é mais do que isso, em diante será referido na língua original, tal como foi usado ao longo do 12º Simpósio Internacional Alvar Aalto, na Finlândia, em agosto último, organizado pela escola e pelo museu que cuidam do legado do arquiteto e designer finlandês. O simpósio teve como tema o termo crafted, uma palavra agora entendida como maneira de qualificar todas as coisas que passaram pelo processo de artesania.
“Um grau alto de atenção ao detalhe e de cuidado na execução, oriundos de um senso peculiar de orgulho no trabalho, do prazer em fazer bem feito.” Esta é a definição, tal como citada pelo historiador Rafael Cardoso no seu excelente livro Design para um mundo complexo (Cosac Naify, 2011), do ceramista brasileiro Gilberto Paim para artesania, um neologismo por ele encontrado para traduzir a palavra inglesa craftsmanship.
Mas a palavra crafted foi escolhida por Pekka Heikkinen, diretor do Wood Program da Universidade Alvar Aalto, de Helsinque, e curador desta edição do simpósio, o qual ambicionava “abordar a complexa relação entre material, craft e cultura não só como uma matéria de prática profissional, mas também como um imperativo sociológico e pedagógico”, e promover “uma tomada de consciência para os processos de manufatura, os ciclos de vida dos materiais” e os tremendos avanços tecnológicos que “têm criado oportunidades para o projeto arquitetônico e também para uma renovada atenção da arquitetura enquanto prática material”. Num momento em que a arquitetura parece viver mais da imagem do que da substância, mais do imediato do que do duradouro, mais dos grandes nomes do que dos pequenos gestos, trazer estes objetivos e esta temática para o discurso contemporâneo da disciplina é tão necessário quanto urgente, nem que seja para perguntar: qual o estado atual da artesania na arquitetura mundial?

Entre muitas outras propostas por vários oradores, num total de 16 palestras, talvez mais interessante definição de craft foi introduzida por Mohsen Mostafavi. Enquanto falava de um edifício projetado pelo arquiteto italiano Luigi Caccia Dominioni, construído em Milão em 1955, onde os mesmos elementos fabricados industrialmente haviam sido recombinados em janelas de diferentes larguras, alturas e posicionamentos ao longo da fachada, ele afirmou que uma “interrupção no processo de produção em massa cria oportunidades de singularidade” e que essa interrupção é, precisamente, “uma manifestação de craft”.
Este poderia ser o inspirado leitmotiv do simpósio. Aliás, ele poderia ter precisamente sido uma dessas manifestações, uma interrupção no processo de produção em massa de discurso e conteúdo que são os muitos simpósios organizados todo o ano em todo o mundo. Mas não foi.

Algo especial
Mesmo descontando o sentido dado ao termo simpósio na Grécia Antiga, ou melhor, a comida e a bebida a ele associadas, não é difícil imaginar que quando os poucos discípulos e admiradores de Alvar Aalto se encontraram pela primeira vez em 1979, três anos após a sua morte, em Jyväskylä, a pequena cidade da Finlândia onde cresceu e projetou mais de 20 edifícios, incluindo a universidade e seu próprio museu, tenham sentido o privilégio de fazer parte de algo especial. Eles se encontravam para partilhar trabalho e experiência, mas sobretudo para refletir e discutir, na senda das palestras que Aalto fazia no Festival de Verão de Jyväskylä e como ainda é hoje expresso pelos fundadores da Academia Aalto como o assunto deste simpósio, “os problemas artísticos, social e tecnológicos da arquitetura moderna.”

Trinta e três anos depois, é pouco provável que algum dos participantes desta 12ª edição do simpósio tenha sentido algo de semelhante. Ao longo de dia e meio, as cerca de 400 pessoas que se sentaram no auditório da universidade tiveram a oportunidade de ouvir histórias e ver imagens de arquitetura apresentadas por alguns dos seus mais reconhecidos pares – embora este ano não tivessem vindo, como se dizia pelos corredores, nem starchitects nem Pritzkers. Também puderam participar de “programas paralelos”, como visitas guiadas à universidade, um coquetel no auditório municipal, a inauguração de uma exposição no Museu Alvar Aalto, ou uma ida à sua casa experimental no lago em Muuratsalo. Mas será que elas sentiram que a viagem e o registro (entre 50 euros para estudantes e 290 para profissionais), valeram a pena?
Esse sentimento é, aliás, um mal dos nossos tempos. Quando o simpósio se realizou pela primeira vez não havia nem internet, nem Youtube, nem Twitter, nem TED Talks, nem podcasts. A produção, a disseminação e o consequente acesso a palavras e imagens sobre arquitetura – ou qualquer outra disciplina científica ou artística – eram incomparavelmente menores do que é hoje, sobretudo fora do meio estritamente acadêmico. Hoje já não é preciso voar meio mundo para ver velhos ídolos ou jovens talentos falar sobre o seu trabalho. Eles estão à distância de um clique. Para que ir, então? De que precisava este simpósio para ter sido verdadeiramente imperdível, ou até relevante?
Mais artesania. Grande parte dos oradores não fez mais do que chegar ao palco e mostrar imagens do seu portfólio. Pensaram pouco, ou dedicaram pouco tempo ao seu tema. As sessões de perguntas e respostas, conduzidas pelo enérgico jornalista e crítico de arquitetura sueco Mark Isitt, revelaram-se superficiais e ineficazes. E, como se pode ler a seguir, o debate, a surpresa, até a polêmica foram rarefeitos, para não dizer inexistentes.

Reitores e vendedores
Apesar de conter alguns momentos de verdadeira eloquência e profundidade, a palestra de Mohsen Mostafavi foi a mais longa (45 minutos; a maioria teve em média 25) e confusa de todo o simpósio. Além da já citada definição de craft, o atual reitor da Harvard Graduate School of Design introduziu muitas outras a partir de muitos outros (demasiados, talvez) projetos. Uma das mais admiráveis introduziu craft como uma forma de “adiar o visual”, de atribuir à tatilidade um potencial maior do que à visualidade. Um adiamento que subentende um prolongar das consequên-cias e marcas do uso e da passagem do tempo inerentes à arquitetura enquanto prática material – as quais têm, lamentou, sido apagadas pelo uso de materiais que não envelhecem.
Na noite anterior, Bjarne Mastenbroek, do estúdio holandês SeARCH, escolheu como título da palestra inaugural do simpósio – apresentada num dos primeiros edifícios de Aalto, o Clube dos Trabalhadores – a palavra fathom. Um termo antigo, polissêmico e enigmático, que foi perdendo o seu significado à medida que Mastenbroek foi mostrando, sem grande demora, detalhe ou entusiasmo, imagens reais e virtuais de ambiciosas manifestações de “grandes ideias” e maiores orçamentos.

Alex de Rijke falou não da Escola de Arquitetura do Royal College of Art de Londres, de que é reitor desde 2011, mas do trabalho do ateliê dRMM, de que é sócio. Para ele, craft significa “fazer as coisas um pouco melhor do que se consegue”, uma tímida frase quando comparada com outra: “A madeira é o novo concreto”. Falando de como o desenvolvimento de soluções construtivas em madeira permite não só atingir novas exigências de sustentabilidade, mas também criar oportunidades de expressão, De Rijke enfatizou a estreita relação entre as empresas que fabricam essas soluções e os arquitetos que as aplicam. Como o próprio Aalto tão bem demonstrou ao longo da sua carreira.

Frank Barkow respondeu a essa afirmação com “O concreto é a nova madeira”. Esse americano residente em Berlim mostrou como ele e a sua sócia, Regine Leibinger, têm explorado – em edifícios e outras experiências e instalações em Seul, Berlim, Marrakesh ou Stuttgart – materiais avançados como concreto infraleve e elementos cerâmicos, ou tecnologias como corte a laser digital, para redefinir as propriedades físicas e os objetivos tanto dos materiais como da arquitetura.
Um dos fundadores do Snøhetta, Kjetil T. Thorsen, trouxe provocação, cinismo e espetáculo a um simpósio marcado pela discrição. Quando Mark Isitt lhe perguntou “É mais fácil fazer arquitetura radical numa ditadura do que numa democracia?”, ele respondeu, sem pestanejar, “Sim”. Experiente tanto no ofício da arquitetura como na venda de sonhos por construir a empresas, governos e famílias reais, Thorsen acrescentou todavia que parte da sua missão enquanto herdeiro do ideal social-democrata norueguês passa por “radicalizar a igualdade”. Como? Introduzindo no programa dos seus projetos um saudável nível de subversão e esbatendo fronteiras entre espaço público e privado (Ópera de Oslo), entre trabalhadores e artesãos (Biblioteca de Alexandria) ou entre peões e automobilistas (Times Square, em Nova York). Para ele, a artesania está ainda, e acima de tudo, na forma como define as equipes que atualmente coordenam 46 projetos por todo o mundo.

O elogio da madeira
Ainda no campo do projeto e construção em madeira, o japonês Taira Nishizawa e o brasileiro Marcos Acayaba mostraram menos projetos, mas foram mais longe no seu contexto e detalhes. O reservado Nishizawa esboçou um sorriso ao dizer que a mais bela vista do seu Forestry Hall, em Tomochi, é quando, de fora, se vê apenas uma bola de vôlei a saltar no espaço imenso do ginásio de vidro e madeira. O charmoso Acayaba impressionou a plateia com as suas famosas “casas nas árvores” não por estas resultarem de um hábil equilíbrio entre topografia, solo, clima, materiais, mão de obra, geometria e estrutura, mas por albergarem o sonho de ver o pôr do sol num terraço hexagonal entre as copas da mata atlântica.
Richard Kroeker, professor em Halifax, mostrou como nos territórios canadenses da Nova Escócia a arquitetura assume um significado vital para a preservação de culturas e comunidades indígenas. Afirmando que “não existe um desenho original de uma canoa convencional”, mostrou como ele e os seus alunos redescobrem estratégias tradicionais de sobrevivência a partir da natureza que os rodeia e das culturas de que são herdeiros.

Numa palestra dedicada a “Design-Build Studios”, ou cursos intensivos de projeto-construção, estudantes de três escolas apresentaram os seus programas e projetos, que incluíram o Pavilhão de Helsinque 2012 Capital Europeia do Design, cujo projeto de um aluno, depois de selecionado entre os dos seus colegas do Wood Program, foi desenvolvido e construído em 18 meses por estudantes, professores e outros especialistas; a floresta de Hooke Park, propriedade da Architectural Association em Dorset onde os alunos do mestrado Design & Make vivem, aprendem e constroem; e as escolas na África do Sul e no Quênia que os alunos do mestrado Holzarchitektur da Universidade Técnica de Munique têm construído em colaboração com ONGs alemãs e locais.
Alan Organschi coordena o Building Project, o mais antigo programa de designconstrução do mundo, parte do currículo da Escola de Arquitetura da Universidade Yale desde 1967. Ele não falou da sua experiência acadêmica, mas expôs com notável capacidade pedagógica – e inigualável qualidade gráfica – tanto o impacto ambiental da arquitetura como a gritante ausência da sua crítica no discurso arquitetônico. Na sua palestra ilustrou vários conceitos através de alguns dos pequenos edifícios, estruturas e protótipos que o ateliê Gray Organschi Architecture tem construído incorporando materiais reciclados e práticas sustentáveis.

Lições de vida
Os jovens Ville Hara e Anu Puustinen (Avanto Architects) falaram apenas de um projeto: a capela mortuária de São Lourenço em Vantaa, nos arredores de Helsinque. Eles descreveram a artesania do projeto, que passou pela negociação com o cliente, pelas colaborações com artistas e pelos acidentes felizes que ocorreram ao longo dos oito anos da construção.

Com a candura de uma criança, Jürg Conzett – um engenheiro suíço com mais de dois metros dentro de um terno ainda maior – apresentou não os prédios que ajudou a construir, mas as pontes que tem projetado ao longo dos anos. Encarando o seu trabalho como “uma continuação de uma tradição estrutural”, na mais surpreendente palestra do simpósio Conzett falou do concreto, mas também das pedras, dos cabos, dos desenhos, dos cálculos, dos sucessos e dos falhanços que fazem das suas pontes exemplos de como a artesania assenta mais num tomar “a decisão certa” do que no total “controle do projeto”.
Reforçando a perspectiva de Mohsen Mostafavi de como através da artesania a materialidade se sobrepõe à visualidade na nossa relação com o construído, a britânica Sarah Wigglesworth falou de como os materiais podem ser tanto “adequados” – na sua promessa de sustentabilidade – como “carregados” – de, por exemplo, uma “agenda” feminista. Disso são exemplo os detalhes construtivos da escola primária em Wakefield (2009), expostos, através de tubos de plástico transparente ou aberturas nas paredes, em nome da descoberta que alimenta a aprendizagem.

De casas e escolas falou também o casal japonês Takaharu e Yui Tezuka, na palestra que encerrou o simpósio numa altíssima nota. Ele sempre vestido de azul, ela de vermelho, mostraram primeiro a casa-telhado que projetaram em 2001, cuja família passa mais tempo em cima – à mesa, a tomar ducha ou a olhar para o vale abaixo – do que no seu interior. Dali seguiram para o jardim de infância de Fuji, cuja planta elíptica, pé-direito baixo e telhado plano criam um loop infinito para correr, brincar e aprender em liberdade, mas também “esticam” alguns dos regulamentos das escolas japonesas. Uma ousadia que valeu a pena: depois de a Unesco a ter distinguido como uma das melhores escolas do mundo eles foram convidados pelo Ministério da Educação do Japão como consultores para edifícios escolares.
Nem só com arquitetos
O sociólogo Richard Sennett era para ser o orador principal do simpósio, mas cancelou. O autor do influente livro The craftsman (O artífice, Record, 2009) poderia sem dúvida abrir os horizontes de um encontro que provou também ser disciplinarmente pobre. Se aos muitos arquitetos e um engenheiro se tivessem somado, além de sociólogos e outros teóricos, designers industriais ou tipográficos que falassem da sua própria artesania, o simpósio – especialmente quando o seu subtítulo fala dos “ingredientes e detalhes da arquitetura” – teria sido mais compensador.
Em suma, ir à cidade de Aalto de três em três anos pode ser uma agradável peregrinação, mas no futuro os organizadores do simpósio terão de se concentrar na sua artesania para que este mereça a viagem.
—
Esta recensão do Simpósio Alvar Aalto foi publicada no número 392 da revista Projeto Design em Outubro de 2012. A minha viagem a Jyväskylä teve o apoio da Helsínquia 2012 – Capital Mundial do Design, em cooperação com Ministério dos Negócios Estrangeiros da Finlândia.
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